A lei permitirá que Theresa May dê início ao processo de saída da UE - descrito no artigo 50 do Tratado de Lisboa, de 2007, que determina também como ficará a relação do bloco com o membro que decide deixá-lo.
A primeira-ministra britânica precisou da aprovação do Parlamento depois que a Suprema Corte decidiu que não poderia iniciar as negociações sozinha, sendo que a previsão é que a Câmara dos Lordes avalie o processo até 7 de Março, o que permitirá que o diálogo com a cúpula da União Europeia comece em 31 do mesmo mês, como previa o governo. As negociações deverão levar dois anos, que definirão o futuro económico britânico e do acordo de 27 países.
O projecto recebeu 498 votos a favor e 114 contra da Câmara baixa do Parlamento britânico. A medida ainda passará por emendas e uma segunda votação antes de ser votada na Câmara dos Lordes.
Os votos favoráveis vieram de quase toda a bancada conservadora, do nacionalista Ukip (Partido da Independência do Reino Unido) e de dois terços dos deputados do Partido Trabalhista, que faz oposição a Theresa May. Do outro lado, ficaram 47 trabalhistas que não seguiram a orientação da cúpula e as bancadas liberal-democrata e o Partido Nacional Escocês.
A aprovação acontece depois de dois dias de debates no plenário. O secretário responsável pela saída da UE, David Davis, disse que votar contra seria ignorar o plebiscito de Junho, em que 51,9% aprovaram deixar o bloco.
Já o secretário trabalhista do 'brexit', Keir Starmer, pró-permanência, disse que fará o que for melhor para os britânicos. "Simplesmente dizer que não aceitamos não é a maneira de fazer uma luta pelo futuro."
No fim da votação, dois deputados trabalhistas renunciaram no "gabinete sombra" (grupo da oposição que fiscaliza as acções do governo) e um parlamentar gritou "suicídio" quando o resultado foi anunciado
Com: Agências de notícias